Alberto Dines (1932-2018) — Jornalista e professor do jornalismo brasileiro- judaico/Periodista y profesor de periodismo judío-brasileño/Brazilian Jewish Journalist and Professor of Journalism

download
Alberto Dines

(Em Portugués;  En Español; In English)

_____________________

Alberto Dines nasceu em 1932, no Rio de Janeiro (RJ). Iniciou sua carreira em 1952, quando começou a escrever para a revista A Cena Muda (RJ). Na revista Manchete (RJ), começou como repórter e passou. Entrou para o Jornal do Brasil (RJ), em 1962, como editor-chefe, onde depois também dirigiria os cadernos Comunicação e Cadernos de Jornalismo. Em 1963, criou a cadeira de jornalismo comparado da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Em 1968, foi preso após criticar a ditadura em um discurso na universidade. Sua passagem pelo Jornal do Brasil ficou marcada pelo aperfeiçoamento que ele implantou no jornal, além de pelo menos duas capas históricas no período da ditadura militar. Em 1971, ganhou o prêmio Maria Moors Cabot da Universidade de Columbia (EUA), onde em 1973 se tornaria professor.No mesmo ano, foi demitido do Jornal do Brasil após uma série de manchetes e artigos que criticavam a ditadura brasileira e que noticiavam o golpe contra Salvador Allende, no Chile. Em 1975, assumiu a chefia da sucursal do Rio de Janeiro da Folha de S. Paulo (SP), onde ficou até 1980. Nesse período, criou o espaço Jornal dos Jornais, dentro da Folha, em que entre 1975 e 1977 fez críticas ao jornalismo na época. Após escrever uma sátira para o Pasquim (RJ), famoso por fazer críticas à ditadura, Dines deixou a Folha. Em 1982, mudou-se para Lisboa (Portugal), para realizar pesquisas para uma biografia do escritor Stefan Zweig.  Em 1988, foi nomeado diretor do Grupo Abril em Portugal. Em 1993, resultado de uma parceria com Carlos Vogt, reitor da Universidade Estadual de Campinas – na época interessado em implementar um centro de estudos de Jornalismo –, foi cofundador do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da universidade. Dois anos depois, por meio do Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo, criou o Observatório da Imprensa, site com presença regular na Internet desde abril de 1996, do qual é editor responsável desde o início. O portal ganhou sua versão televisiva em 5 de maio de 1998, veiculada semanalmente pela TV Brasil,  e no rádio, em 2005, com um programa transmitido diariamente pelas rádios. Escreveu cerca de 15 livros de ficção, reportagens, teoria e prática jornalística, biografia e história. Entre eles: Posso?1972; O papel do jornal, 1974; E por que não eu, 1979); Morte no Paraíso – a tragédia de Stefan Zweig, 1981; O Baú de Abravanel  1990; Vínculos do fogo, Tomo I 1992, e O papel e a profissão de jornalista, 2009. Fundou e segue como dirigente em 2015 do site Observatório da Imprensa, e faz o programa com o mesmo título no rádio e na televisão da Rede Pública. Ainda em 2012, em junho, Dines foi indicado ao Prêmio Herzog Especial.  Foi eleito em 2014 entre os ‘TOP 50’ dos Admirados Jornalistas Brasileiros pelo trabalho desenvolvido na Folha de S.Paulo. Reeleito em 2015 confirmou a presença entre os 50 mais admirados do Brasil.

Adaptado do Portal dos Jornalistas

_____________________

Alberto Dines nació en 1932, en Río de Janeiro (RJ). Comenzó su carrera en 1952, cuando comenzó a escribir para la revista A Cena Muda (RJ). En la revista Manchete (RJ), comenzó como reportero. Se unió a Jornal do Brasil (RJ), en 1962, como editor e jefe, donde más tarde también dirigiría Cadernos Comunicação y Cadernos de Jornalismo. En 1963, creó la cátedra de periodismo comparativo de la Pontificia Universidad Católica de Río de Janeiro. En 1968, fue arrestado luego de criticar a la dictadura en un discurso en la universidad. Su tiempo en Jornal do Brasil estuvo marcado por la mejora y la implementación en el periódico, así como al menos dos portadas históricas durante la dictadura militar. En 1971, ganó el Premio Maria Moors Cabot de la Universidad de Columbia (EE. UU.), donde en 1973 se convertiría en profesor. En el mismo año, fue despedido de Jornal do Brasil después de una serie de titulares y artículos que criticaron a la dictadura brasileña e informaron el golpe contra Salvador Allende en Chile. En 1975, asumió la dirección de la sucursal de Folha de S. Paulo (SP) en Río de Janeiro, donde permaneció hasta 1980. Durante este período, creó el espacio Diario del periódico dentro de Folha, en el cual, entre 1975 y 1977, criticó el periodismo en ese momento. Después de escribir una sátira para Pasquim (RJ), famoso por criticar la dictadura, Dines dejó Folha. En 1982, se mudó a Lisboa (Portugal) para realizar una investigación para una biografía del escritor Stefan Zweig. En 1988, fue nombrado director del Grupo Abril en Portugal. En 1993, como resultado de una asociación con Carlos Vogt, decano de la Universidad Estatal de Campinas, en ese momento interesado en implementar un centro de estudio de periodismo, cofundó el Laboratorio de Estudios Avanzados de Periodismo de la Universidad. Dos años más tarde, a través del Instituto para el Desarrollo del Periodismo, creó el Observatorio de la Prensa, un sitio web con presencia regular en Internet desde abril de 1996, del cual ha sido editor responsable desde el principio. El portal ganó su versión televisiva el 5 de mayo de 1998, transmitido semanalmente por TV Brasil, y en la radio en 2005, con un programa transmitido diariamente en la radio. Ha escrito unos 15 libros de ficción, reportajes, teoría y práctica periodística, biografía e historia. Entre ellos: ¿Puedo? 1972; El papel del periódico, 1974; Y por qué no yo, 1979; Muerte en el paraíso: la tragedia de Stefan Zweig, 1981; en 1990; Bonds of Fire, Tomo I 1 y The Role and Profession of Journalism, 2009. Fundada y continúa como directora en 2015 del sitio web del Observatorio de la Prensa, y realiza el programa con el mismo título en radio y televisión de la Red Pública. También en 2012, en junio, Dines fue nominado para el Premio Especial Herzog. Fue elegido en 2014 entre los “TOP 50” de los admirados periodistas brasileños por su trabajo en Folha de S.Paulo. Reelegido en 2015 confirmó la presencia entre los 50 más admirados en Brasil.

Adaptado el Portal de Periodistas

________________

Alberto Dines was born in 1932, in Rio de Janeiro (RJ). He began his career in 1952, when he began writing for the magazine A Cena Muda (RJ). In Manchete magazine (RJ), he started as a reporter. He joined Jornal do Brasil (RJ), in 1962, as editor-in-chief, where he would later also direct the Cadernos Comunicação and Cadernos de Jornalismo. In 1963, he created the comparative journalism chair of the Pontifical Catholic University of Rio de Janeiro. In 1968, he was arrested after criticizing the dictatorship in a speech at the university. His time at Jornal do Brasil was marked by the improvements he implemented in the newspaper, as well as at least two historical articles during the military dictatorship. In 1971, he won the Maria Moors Cabot Prize from Columbia University (USA), where in 1973 he would become a professor. In the same year, he was fired from Jornal do Brasil after a series of headlines and articles that criticized the Brazilian dictatorship and reported the coup against Salvador Allende in Chile. In 1975, he took over as head of the Rio de Janeiro branch of Folha de São Paulo (SP), where he stayed until 1980. During this period, he created the Jornal dos Jornais space within Folha, in which, between 1975 and 1977, he criticized the journalism at the time. After writing a satire for Pasquim (RJ), famous for criticizing the dictatorship, Dines left Folha. In 1982, he moved to Lisbon (Portugal) to conduct research for a biography of writer Stefan Zweig. , – at the time he was interested in setting up a journalism study center -, he co-founded the University’s Advanced Journalism Studies Laboratory. Two years later, through the Institute for the Development of Journalism, he created the Press Observatory, a website with regular internet presence since April 1996, of which he has been a responsible editor from the beginning. The program won its television version on May 5, 1998, broadcasted weekly by TV Brasil, and on the radio in 2005, with a program daily broadcasts on the radio. He has written about 15 books of fiction, reporting, journalistic theory and practice, biography and history. Among them: May I? 1972; The Rose of the Newspaper, 1974; And why not me, 1979); Death in Paradise – the tragedy of Stefan Zweig, 1981; The Abravanel Chest, 1990; Bonds of Fire, Volume I 1992, and The Role and Profession of 2009. He founded and continued as director in 2015 of the Observatory of the Press website, and did the program with the same title on radio and television of the Public Network. Also in 2012, in June, Dines was nominated for the Herzog Special Award. He was elected in 2014 among the ‘TOP 50 ″ of the Admired Brazilian Journalists for his work at Folha de Sáo Paulo. Re-elected in 2015, he confirmed his presence among the 50 most admired in Brazil.

Adapted from the Portal de Periodistas

_______________________________________________________________________________

Precisa-se: gente igual com disposição diferente

Existem profissões especiais? Até que ponto o jornalismo é diferente de outras atividades da sociedade moderna? O jornalismo é uma profissão ou um estado de espírito?

Mesmo em uma empresa de comunicação, os jornalistas são considerados privilegiados. Aqueles que procuram o poder os endeusam. Aqueles que chegaram ao poder os abominam. O público os vê mitologicamente.

Que é, pois, o jornalista? Já vimos, no capítulo introdutório, o desenvolvimento pelo qual passou a profissão e o seu estudo. Já vimos que o jornalista se relaciona com o leitor como um psicanalista com seu paciente, um marido com sua mulher, o pai com seu filho. São espelhos um do outro, reflexos, continuações, interações, partes, enfim, de um mesmo processo. Jornalista é o intermediário da sociedade, tem dito o sociólogo americano Paul Lazarsfeld.

Já anotamos que o jornalismo, por ser uma atividade essencialmente intelectual, pressupõe no seu exercício uma série de valores morais e éticos. Sabe-se que o processo de informar é um processo formador; portanto, o jornalista, em última análise, é um educador.

Essa lista de características é, no entanto, de caráter geral. Quais os componentes específicos da atitude jornalística? Uma exegese detalhada se faz necessária, a fim de evitar que o jornalista assuma aprioristicamente um “comportamento” sem o devido lastro psicológico e subjetivo.

Nesse sentido, vale mencionar experiências que fizemos com turmas da PUC e em seminários internos para a formação de estagiários do Jornal do Brasil. Acreditando que o treinamento profissional de um jornalista compreende também um cuidadoso preparo subjetivo e sensorial, assim como o arquiteto deve ser preparado para sentir volumes, espaços e formas, convocamos alguns especialistas para preparar o “lado de dentro” do futuro jornalista.3 Em outras oportunidades, já pensando no jornalista profissionalizado

O jornalista não necessariamente deve compor o tipo expansivo, entusiasta, ágil, “durão”, cuja imagem o público já mentalizou. Pode ser até calado e delicado. Porém, intimamente deve ser um espírito inconformado e inquieto. O jornalista não pode contentar-se com a primeira informação, impressão ou inferência, nem acomodar-se ao primeiro obstáculo. Quantas vezes a não notícia é uma excelente notícia? Basta trabalhá-la.  Pejorativamente, diz-se que o jornalista é um cavador.

Diríamos, melhorando o termo, que o jornalista é um permanente buscador. Jornalista conformado não é jornalista. O profissional de imprensa pessimista ou cínico prejulga, não acredita no que pode acontecer, pois já sabe o que vai acontecer. Quem não acredita na notícia não a persegue e não a encontra.

Há um componente otimista dentro da profissão que a torna vulnerável às tendências, aguça percepção, espicaça a criatividade. Essa inquietação gerou é gerada por uma permanente sensibilização. Qualquer anormalidade deve ser percebida, seguida, desvendada. O jornalista é o profissional da indagação, do questionamento. No nível operacional, o jornalista se caracteriza pela permanente tomada de decisões. Mesmo sem o treino do rápido decision making, está permanentemente tomando decisões em ritmo veloz. Se fotógrafo, é o ângulo da fotografia que importa, uma decisão, portanto. Se repórter, importam o enfoque da notícia, a pergunta ao entrevistado e a escolha do próprio entrevistado. Se chefe, tem de avaliar incessantemente a incrível massa de informações despejada sobre sua mesa, aferir sua veracidade, avaliar sua importância e definir seu destaque. Ao escrever, cada palavra é uma decisão, cada informação, uma decisão, cada orientação, decisão. Durante todo o tempo em que desempenha sua atividade diária – e já vimos que esta não se limita ao horário de trabalho –, o jornalista seleciona e opta.

Nessa sucessão de alternativas que resulta na escolha de uma delas, inclui-se como consequência lógica o senso de responsabilidade. Aqui se insere um vasto debate sobre o exercício da profissão e os limites que a ela vêm sendo impostos. Toda vez que a imprensa incomoda, a primeira reação é calá-la. Cria-se, assim, uma gangorra de crime e castigo que desemboca nos regimes censórios, de consequências tão funestas.

Poucos se lembram, no entanto, de recorrer ao único meio capaz de colocar o espírito investigativo do jornalista no contexto do contrato social segundo o qual vivemos – a lei da responsabilidade. No fim do governo Castello Branco (1966), depois de um exemplar período de liberdade de expressão (considerando que o regime era excepcional), pretendeu-se aprovar uma Lei de Imprensa para enquadrar os crimes cometidos no exercício da profissão. Na ocasião, o Jornal do Brasil procurou convencer o governo a adotar uma legislação genérica de responsabilidade, incluindo médicos, industriais que menosprezam as especificações dos seus produtos, engenheiros cujas obras contêm falhas etc.

Uma legislação específica contra crimes de imprensa – atentados à responsabilidade como outros quaisquer – confere à atividade jornalística uma regalia jurídica injustificável. A pregação do Jornal do Brasil não vingou e a Lei de Imprensa foi aprovada.

O único elemento capaz de sanear a imprensa é um revigoramento geral do senso de responsabilidade. Primeiro, por parte do governo – criando o clima de liberdade com respeito. Depois, das fontes de notícias, que, percebendo a desatenção ou descuido do repórter, se aproveitam da situação para “plantar” informes perigosos. E, finalmente, da empresa jornalística, de onde deve partir uma atmosfera permanente de seriedade e dignidade. O repórter que percebe uma atitude solerte na nota redigida pela direção ou nos editoriais inconscientemente a absorverá, passando a adotar os mesmos padrões.

O jornalista entrosa-se com a responsabilidade muito mais facilmente do que com a punição e o arbítrio. Especialmente se essa responsabilidade for um padrão de toda a sociedade que ele representa. O jornalista sabe que, ao redigir uma nota de três linhas, pode estar destruindo uma reputação e uma vida. Trabalhando nos bastidores da informação, avalia a força que tem. Para ele, um limite, desde que não seja arbitrário, é mais confortável e protetor que a impunidade.

___________________________________________________________________________________________

Necesario: mismas personas con diferente disposición

¿Hay profesiones especiales? ¿En qué se diferencia el periodismo de otras actividades de la sociedad moderna? ¿Es el periodismo una profesión o un estado mental?

Incluso en una empresa de comunicaciones, los periodistas son considerados privilegiados. Los que buscan poder los deifican. Los que han llegado al poder los aborrecen. El público los ve mitológicamente.

¿Qué es, entonces, el periodista? Ya hemos visto en el capítulo introductorio el desarrollo de la profesión y su estudio. Ya hemos visto que el periodista se relaciona con el lector como un psicoanalista con su paciente, un esposo con su esposa, el padre con su hijo. Son espejos el uno del otro, reflejos, continuaciones, interacciones, partes, en resumen, del mismo proceso. El periodista es el intermediario de la sociedad, ha sido el sociólogo estadounidense Paul Lazarsfeld.

Ya hemos señalado que el periodismo, como actividad esencialmente intelectual, presupone en su ejercicio una serie de valores morales y éticos. Se sabe que el proceso de informar es un proceso formativo; por lo tanto, el periodista es finalmente un educador. Esta lista de características, sin embargo, es de carácter general. ¿Cuáles son los componentes específicos de la actitud periodística? Es necesaria una exégesis detallada para evitar que el periodista asuma un “comportamiento” a priori sin el lastre psicológico y subjetivo adecuado.

En este sentido, vale la pena mencionar las experiencias que hemos tenido con las clases de la PUC y en seminarios internos para la capacitación de aprendices de Jornal do Brasil. Creyendo que la capacitación profesional de un periodista también incluye una cuidadosa preparación subjetiva y sensorial, así como el arquitecto debe estar preparado para sentir volúmenes, espacios y formas, llamamos a algunos expertos para preparar el “interior” del futuro periodista. En otros oportunidades, ya pensando en el periodista profesional.

El periodista no necesariamente debe componer el tipo expansivo, entusiasta, ágil, “duro” cuya imagen el público ya ha mentalizado. Incluso puede ser silencioso y delicado. Pero íntimamente debe ser un espíritu inquieto e inquieto. El periodista no puede contentarse con la primera información, impresión o inferencia, ni acomodarse al primer obstáculo. ¿Con qué frecuencia las noticias no son buenas noticias? Solo resuélvelo. Peyorativamente, se dice que el periodista es un cavador. Diríamos, mejorando el término, que el periodista es un buscador permanente. Periodista conformado no es periodista. Los prejuicios profesionales pesimistas o cínicos de la prensa, no creen lo que puede suceder porque él ya sabe lo que sucederá. Quienes no creen las noticias no las persiguen y no las encuentran.

Hay un componente optimista dentro de la profesión que la hace vulnerable a las tendencias, agudiza la percepción y estimula la creatividad. Este malestar generado es generado por una conciencia permanente. Cualquier anormalidad debe ser percibida, luego descubierta. El periodista es el profesional de la investigación, del interrogatorio. A nivel operativo, el periodista se caracteriza por la toma de decisiones permanente. Incluso sin una formación rápida en la toma de decisiones, e tomar decisiones de forma rápida y permanente. Si es fotógrafo, lo que importa es el ángulo de la fotografía, una decisión, por lo tanto. Si usted es reportero, es importante el foco de las noticias, la pregunta al entrevistado y la elección del entrevistado mismo. Si eres un jefe, tienes que evaluar sin cesar la increíble cantidad de información vertida en tu escritorio, medir su verdad, medir su importancia y definir su importancia. Por escrito, cada palabra es una decisión, cada información, una decisión, cada orientación, decisión. A lo largo de su actividad diaria, y hemos visto que no se limita a las horas de trabajo, el periodista selecciona y elige.

En esta sucesión de alternativas que resulta en la elección de una de ellas, el sentido de responsabilidad se incluye como una consecuencia lógica. Aquí hay un amplio debate sobre el ejercicio de la profesión y los límites que se le imponen. Cada vez que la prensa te molesta, la primera reacción es callarla. Esto crea una oscilación de la delincuencia y el castigo que resulta en regímenes censales con consecuencias tan graves. Sin embargo, pocos recuerdan recurrir al único medio capaz de ubicar el espíritu investigador del periodista en el contexto del contrato social en el que vivimos: la ley de responsabilidad. Al final del gobierno de Castello Branco (1966), después de un período ejemplar de libertad de expresión (considerando que el régimen era excepcional), tenía la intención de aprobar una Ley de Prensa para enmarcar los delitos cometidos en el ejercicio de la profesión. En ese momento, Jornal do Brasil buscaba persuadir al gobierno para que adoptara una legislación genérica de responsabilidad, incluidos médicos, industriales que ignoran las especificaciones de sus productos, ingenieros cuyos trabajos contienen fallas, etc.

La legislación específica contra los crímenes de prensa (infracciones de responsabilidad como cualquier otra) otorga a la actividad periodística un privilegio legal injustificable. La predicación de Jornal do Brasil no tuvo éxito y se aprobó la Ley de Prensa. El único elemento que puede limpiar la prensa es una revitalización general del sentido de responsabilidad. Primero, desde el gobierno, creando el clima de libertad con respeto. Luego, de fuentes de noticias que, al darse cuenta de la falta de atención o descuido del periodista, aprovechan la situación para “plantar” informes peligrosos. Y finalmente, de la empresa periodística, de donde debe surgir una atmósfera permanente de seriedad y dignidad.

El periodista que percibe una actitud floja en la nota escrita por la gerencia o los editoriales la absorberá inconscientemente, adoptando los mismos estándares. El periodista mezcla la responsabilidad mucho más fácilmente que el castigo y la agencia. Especialmente si esta responsabilidad es un estándar de toda la sociedad que representa. El periodista sabe que escribir una nota de tres líneas podría estar destruyendo una reputación y una vida. Trabajando detrás de escena, evalúa su fuerza. Para él, un límite, siempre que no sea arbitrario, es más cómodo y protector que la impunidad.

___________________________________________________________________________________________

“Needed: Similar people with different dispositions”

Are there any special professions? How is journalism different from other activities of modern society? Is journalism a profession or a state of mind?

Even in a communications company, journalists are considered privileged. Those who seek power deify them. Those who have come to power abhor them. The public sees them mythologically. What, then, is the journalist? We have already seen in the introductory chapter the development through which the profession went and its study. We have already seen that the journalist relates to the reader as a psychoanalyst with his patient, a husband with his wife, the father with his son. They are mirrors of each other, reflexes, continuations, interactions, parts, in short, of the same process. Journalist is the intermediary of the society, has been the American sociologist Paul Lazarsfeld.

We have already noted that journalism, as an essentially intellectual activity, presupposes in its exercise a series of moral and ethical values. The process of informing is known to be a formative process; therefore, the journalist is ultimately an educator. This list of characteristics, however, is general in character. What are the specific components of the journalistic attitude? A detailed exegesis is necessary, the in order to prevent the journalist from assuming a priori “behavior” without the proper psychological and subjective ballast.

In this regard, it is worth mentioning experiences we had with PUC classes and in internal seminars to train interns at Jornal do Brasil. Believing that a journalist’s professional training also includes careful subjective and sensory preparation, just as the architect must be prepared to feel volumes, spaces and forms, we call upon some experts to prepare the “inside” of the future journalist. In others opportunities, already thinking about the professional journalist The journalist must not necessarily compose the expansive, enthusiastic, agile, “tough” type whose image the public has already mentalised. It can even be silent and delicate. But intimately it must be an unruly and restless spirit. The journalist cannot be content with the first information, impression or inference, nor accommodate to the first obstacle. How often is not news great news? Just work it out. Pejoratively, the journalist is said to be a digger. We would say, improving the term, that the journalist is a permanent seeker.

An accepting journalist is not a journalist. The pessimistic or cynical press professional prejudices, does not believe what can happen because he already knows what will happen. Who doesn’t believe in the news doesn’t pursue and does not find it. There is an optimistic component within the profession that makes it vulnerable to trends, sharpens perception, spurs creativity. This unrest generated is generated by a permanent awareness. Any abnormalities must be perceived, then uncovered.

The journalist is the professional of inquiry, of questioning. At the operational level, the journalist is characterized by permanent decision making. Even without fast decision making training, you are always making fast-paced decisions. If a photographer, it is the angle of photography that matters, a decision, therefore. If you are a reporter, it matters the focus of the news, the question to the interviewee and the choice of the interviewee himself. If you’re a boss, you have to ceaselessly evaluate the incredible mass of information poured on your desk, gauge its truth, gauge its importance, and define its prominence. In writing, every word is a decision, every information, a decision, every orientation, decision. Throughout his daily activity – and we have seen that it is not limited to working hours – the journalist selects and chooses. In this succession of alternatives that results in the choice of one of them, the sense of responsibility is included as a logical consequence. Here is a wide debate about the exercise of the profession and the limits imposed on it. Every time the press bothers you, the first reaction is to shut it up. This creates a crime seesaw and punishment that results in census regimes, with such dire consequences.

Few remember, however, to resort to the only means capable of placing the investigative spirit of the journalist in the context of the social contract under which we live – the law of responsibility. At the end of the Castello Branco administration (1966), after an exemplary period of freedom of expression (considering that the regime was exceptional), it was intended to approve a Press Law to frame the crimes committed in the exercise of the profession. At the time, Jornal do Brasil sought to persuade the government to adopt generic liability legislation, including doctors, industrialists who disregard the specifications of their products, engineers whose works contain flaws, etc. Specific legislation against press crimes – breaches of liability like any other – gives journalistic activity unjustifiable legal privilege. The preaching of Jornal do Brasil did not succeed and the Press Law was approved. The only element that can clean up the press is a general reinvigoration of the sense of responsibility. First, from the government – creating the climate of freedom with respect. Then, from news sources, who, realizing the reporter’s inattention or carelessness, take advantage of the situation to “plant” dangerous reports. And finally, from the journalistic company, where a permanent atmosphere of seriousness and dignity must come from.

The reporter who perceives a loose attitude from the management or in editorials will unconsciously absorb it, adopting the same standards. The journalist mingles responsibility much more easily than punishment and agency. Especially if this responsibility is a society-wide standard that it represents. The journalist knows that writing a three-line note could be destroying a reputation and a life. Working behind the scenes, he assesses his strength. For him, a limit, as long as it is not arbitrary, is more comfortable and protective than impunity.

____________________________________________________________________________________________

Dines, Alberto. O Papel do Jornal e a Profissão de Jornalista . Summus Editorial. Kindle Edition.

____________________________________________________________________________________________

Leave a Reply